quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A história de Édipo que ainda não foi contada...

O espetáculo “Óidipous, filho de Laios” traz uma interpretação inédita da tragédia. Óidipous (Édipo) foi o alvo de uma maldição que seu pai recebera, quando jovem: “Se tiveres um filho ele te matará e toda tua descendência desgraçada será”. O que Laios fez de tão terrível para receber essa maldição que Óidipous herdou e ignorou? Óidipous escondeu de si mesmo e de todos o crime que seu pai cometera e pagou caro por isso. Por não querer saber da maldição de seu pai, Óidipous foi da cegueira dos fatos à cegueira de fato. Em sua peça, Antonio Quinet desvela o crime de Laios que até Freud encobriu.

Será Óidipous capaz de ver
O que das trevas a luz descobre?
Do parricídio, o filicídio?
Do incesto do filho, o crime do pai?
(Coro do Hades – Avant Scène)

A maldição dos Labdácidas começa com Laios (filho de Lábdaco), cuja desmedida o faz transgredir as leis da hospitalidade e raptar Crísipo, filho de Pélops, que o hospedou no exílio. Laios é amaldiçoado que seu filho o mataria - eis porque manda matar Óidipous assim que ele nasce. Ao escapar do filicídio e tornar-se mais tarde rei, Óidipous, não quer saber da maldição herdada que, no entanto, estava marcada em seu nome e em seu corpo: comete o parricídio, casa com a mãe e transmite a seus filhos o tributo do gozo paterno.

3 comentários:

  1. Caro Quinet, com alegria ÉDIPO REI em sua versão chega para todos nós; amantes das artes, do conhecimento, e sobretudo da psicanálise a quem estamos "de pés atados para sempre..." por nossa conta e risco em busca do
    conhecimento próprio ,dos otros e do mundo !
    Parabéns, sucesso.
    João Caros Moura
    ARTISTA PLÁSTICO
    Rio

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  2. Prezado Quinet,
    tive a rica oportunidade de assistir a peça ainda à ocasião do Encontro Internacional, em São Paulo. À época, achei tudo muito bem trabalhado, produzido, ensaiado, interpretado, e com um texto vigoroso, vibrante e impecável. Figurinos de uma criatividade e riqueza singulares. Vi toda a peça. Realmente um trabalho muito pertinente para os nossos dias. De fato, deveria ser aprsentado em muitos palcos do país! Desejo muito sucesso a você, e a todos que contribuíram para a construção deste trabalho! Decerto já estão tendo!
    Robson Mello
    São Bento do Sul/SC.

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  3. Por duas vezes tive o prazer de apreciar o trabalho que vocês estão fazendo com o tema/texto do édipo, fruição acrescida pela intensidade arrebatadora da interpretação atingida pelo trabalho em progresso. Maravilha de direção em todos os sentidos, mostrando uma Tebas- Xingu, onde mais que qualquer regionalismo, a singularidade inédita da versão comove pelo trágico da estrutura humana que apresenta. Édipo é cada um de nós e ninguém. É o real da verdade escamoteado que retorna como crime. Reorientar o que emerge do recalque segundo a lei do desejo é o que se espera de uma psicanálise.
    O blog está demais... textos, fotos, comentários, tudo ótimo e ainda no you tube!
    Ético, estético e multimidia...
    O que mais acrescentar?

    Parabéns a todos da cia Inconsciente em Cena,
    Bárbara Guatimosim

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